O Conceito de Luxo Magazine sensibilizou-se com a coragem, o desempenho e atitude deste deficiente físico que nos da uma lição de perseverança e coragem.
Está matéria foi escrita por Agnaldo Quintela e reproduzida na integra pelo veículo sem mudar uma virgula.É um relato de um homem que veio ao mundo pra somar e nos dar uma lição que o ser humano não tem limites para ser feliz e alcançar o seu objetivo.
Parabéns Agnaldo Quintela!
Luis Guilherme Zenga
PROJETO DEDO DE DEUS
Deficiente físico escala “o Dedo de Deus”
Campinas, 10 de outubro de 2014.
Às 12h45 minutos saí de casa em Paulínia para pegar o Alberto em Campinas, às 13h00 estávamos saindo a direção a São Paulo, exatamente na USP, para Pegar Rochel. Como todos sabemos, o trânsito de São Paulo é um caos, e só conseguimos sair de lá perto das 16h30 e fomos em direção a Teresópolis. Chegamos por volta das 22h30 e encontramos a Roberta, que completaria o grupo. No total éramos quatro pessoas. No planejamento inicial, iríamos em seis, mas, devido a alguns imprevistos, o Waguinho e o Albert não puderam ir. Rapidamente fomos arrumar as tralhas que faltavam para a escalada.
Fomos dormir por volta da meia noite. Combinamos que iríamos acordar às 03h30 da manhã, mas às 03h00 acordei assustado pensando que tinha perdido a hora. Eu estava muito ansioso, porque estávamos tentando escalar desde o dia 07 de setembro mas todos os fins de semana ou chovia ou tinha chovido nos dias anteriores. Foi um mês de muita ansiedade para mim, pois desta vez eu tinha patrocinadores e tinha um compromisso com outras pessoas. O Hotel Bel Air, um bom hotel que foi reformado para a Copa do Mundo, tinha montado um kit para nós, pois às 04h00 da manhã nenhum hotel fornece café da manhã.
Por volta das 04h45 começamos a caminhada a partir do estacionamento de uma lanchonete que fica na beira da estrada e às 05h05 estávamos no início da trilha. Essa trilha é muito íngreme e cheia de folhas, o que dificultava a nossa subida pois estávamos com muitos equipamentos.
Além disso, por termos duas pessoas a menos todos estávamos carregados: eu estava levando uma das três cordas que iríamos usar, e geralmente eu não levo muito peso – tenho que me poupar para a hora da escalada. Como não tinha jeito, tive que carregar a corda. A subida não é fácil, eu tinha dormido apenas três horas, tinha dirigido nove horas e meia e começar com um trilha tão difícil era desanimador, mas alguns minutos depois o corpo acostumou-se ao esforço e conseguimos ir bem. Por volta das 06h40 chegamos ao começo da escalada. É um trecho bem inclinado com cabos de aço. O Rochel e a Roberta prepararam as cordas e os equipamentos e o Alberto preparou os equipamentos de filmagem e fotografia.
Rochel começou a escalada seguido pelo Alberto, que parava em lugares estratégicos para poder filmar e tirar fotos – uma tarefa era muito difícil pois você, pendurado em uma corda, parar para filmar e tirar fotos, fica em uma missão muito difícil, por isso atrasamos demais nesse primeiro trecho e só conseguimos chegar ao começo da escalada mesmo cinco horas depois, sendo que o normal seria duas horas e meia. Já estávamos começando a ficar preocupados, pois perdíamos muito tempo para poder ficar tirando fotos. O que dificultava a nossa subida pois estávamos com muitos equipamentos. Alberto tomou uma decisão: não iríamos mais parar para filmar e tirar fotos ou não teríamos tempo para terminar a escalada. Ficou resolvido que Rochel e Roberta iriam na frente colocando as cordas e eu ficaria por último com a segurança do Alberto. No primeiro trecho de escalada, eu tive que subir com a mochila, pois não tínhamos mais tempo para fazer o processo de içar as mochilas. Foi muito difícil, pois esse trecho tinha fendas onde geralmente eu usaria as costas para me apoiar e com a mochila ficou difícil, mas consegui passar e cada metro superado era uma alegria: estava escalando com uma mochila pesada nas costas, mas o visual era incrível. É possível ver a estrada abaixo onde passam os carros que mais pareciam formiguinhas, um visual incrível que renovava as forças.
Quase no final desse trecho, o Topmodel que aqui escreve tirou outras fotos, no mesmo lugar que tirei a última vez que subimos, cuja foto está no meu facebook. Por volta das 12h32 chegamos à arvore: teríamos que subir em cima dela para podemos sair para começar a escalada. O Rochel e a Roberta já tinham subido, e eu e o Alberto ficamos para trás para preparar as mochilas para serem içadas. Nesse trecho não tínhamos visão uns dos outros e o vento atrapalhava a comunicação. O Alberto teve que subir e parar no meio do caminho para poder ajudar a puxar as mochilas. Estava muito complicado para ele pois as câimbras estavam cada vez mais fortes e ele teve que fazer um esforço muito grande para poder puxar as mochilas. A cada movimento que ele fazia era um gemido e o Alberto já estava ficando irritado com tudo. Chegou a minha vez, subi no galho da árvore e caminhei um metro até chegar ao começo da via. A saída era muito complicada, não tinha muitas agarras para as mãos e os pés. Consegui chegar até a primeira costura e pedia para eles retesarem a corda que me segurava (retesar e puxar a corda). No entanto, quando eu colocava o meu peso na corda, a corda ia cedendo e eu voltava para o galho da árvore de novo. Eu precisei pedir para o Alberto dar segurança com a outra corda que estava presa em mim, pois ele estava mais perto de min e a corda não iria ceder tanto, então o Alberto me deu segurança com a outra corda e consegui chegar até a primeira costura (são dois mosquetões na ponta e uma fita no meio). Eu tinha que tirá-la, mas sabia que eu ia fazer um pêndulo grande com cerca de 3 metros. Como eu fiquei por último, não tinha ninguém para me dar segurança por baixo e controlar esse pêndulo. Eu me preparei e falei para o Alberto: Vou tirar a costura e vou pendular –se prepara, vamos lá, soltei a costura e fui arrastando lateralmente pela pedra de granito que, com seus pequenos cristais, vai cortando toda a nossa mão. Que emoção nessa hora! A adrenalina foi a mil! Fiquei bem cansado e com medo, pois eu iria me enroscar em um galho da árvore e não sabia o que iria acontecer. Nesse momento eu precisava voltar à rocha e escalar mas eu estava abaixo do nível das agarras: eu teria que me puxar usando uma das cordas, um esforço muito grande. Para complicar, a câimbra vinha cada vez mais forte… Consegui subir e cheguei junto ao Alberto, e me ancorei. Em seguida o Alberto foi para o próximo ponto de segurança, e então chegamos à fenda. A fenda era muito estreita e mal dava para se virar dentro dela. Primeiro foi o Rochel e depois o Alberto, que teve muita dificuldade para subir por causa das câimbras – ele gemia a cada pequeno esforço e comecei a ficar assustado: se o Alberto estava com dificuldades, para mim seria pior. Depois do Alberto era a minha vez, e por último a Roberta. Eu pensei: agora é a hora da verdade, era o ponto mais difícil para mim: eu teria que fazer uma chaminé mas o espaço era muito pequeno, praticamente do tamanho do meu antebraço e, quando tentava usar os pés, escorregava. Como não era a primeira vez, eu tinha um equipamento a mais que os outros escaladores: eu usava uma joelheira de jogar vôlei, que me ajudava muito, pois qualquer ponto do corpo que eu pudesse usar era de grande ajuda. Comecei a fazer a chaminé. Você se lembra quando era criança e subia no batente da porta colocando os pés de um lado e as costas do outro lado e ia subindo? Era assim que fazíamos. Para minha surpresa, a câimbra não se manifestou, talvez porque fosse uma posição diferente daquela em que o braço trabalhava. No começo a pedra é abaulada para dentro da fenda e não tinha muita aderência nos pés. Eu basicamente ia patinando no granito e com um braço e as costas ia me arrastando para cima da fenda. Eu precisava ir me arrastando com as costas até chegar a uma fenda onde eu enfiava a mão e conseguia ter um pouco mais de aderência. O pior já tinha passado, mas eu havia me cansado muito. O apoio dos meus amigos, principalmente o Rochel, dizendo: Vamos lá, Gnardo, você consegue, você é do ((((piiiiiii))))) caramba. Nessa hora eu me lembrei da última vez que subimos o Dedo de Deus, quando conheci o Rochel. Nesse mesmo local, ele não acreditava que eu iria conseguir subir, pois também tinha tido dificuldades e ficava pensando: Como este cara vai subir? Eu tenho que ver isso. Então ele preparou a segurança dele de modo que pudesse me ver enquanto ele me dava segurança. No meio da subida ele ficou tão impressionado que disse: Gnardo, depois desta, vou ter que tomar uma cerveja com você quando chegarmos lá embaixo. Ele não bebe álcool de jeito nenhum, mas ia abrir uma exceção. Faltava pouco, as forças voltavam devagar e consegui chegar até uma pedra que ficava encravada no meio da fenda, o espaço muito pequeno para nós três; eu, Alberto e Rochel e ainda tínhamos que puxar as mochilas e as cordas. Todo o processo era muito demorado e estávamos muito atrasados, já estava pensando que não daria mais tempo de chegar com a luz do dia para poder tirar as fotos.
As cordas eram um problema: era muita corda para pouco espaço e geralmente ficávamos eu e a Roberta incumbidos de arrumá-las. Nós tentávamos, sempre íamos colocando uma separada das outras, mas de repente, quando víamos, as cordas estavam enroladas umas nas outras. E a Roberta estava sozinha para tentar desenrolar, tinha que achar a ponta e passar toda a corda novamente, isso demorava muito e o tempo estava correndo. Chegamos a mais uma fenda, desta vez menor e mais espaçada, sem problemas para transpor. Mais alguns blocos de pedras e pequenas fendas e chegaríamos na última parte da escalada: a escada de ferro que leva até o platô do Dedo De Deus. Nesse último trecho decidimos que eu e o Rochel subiríamos na frente pois tínhamos muito pouco tempo para poder tirar as fotos. O Rochel subiu na última fenda, foi passando as fitas de segurança e as costuras e eu fui logo atrás. Chegamos a uma grande rampa com visual incrível: dava para ver a estrada, Teresópolis, um visual incrível! Mas, ao mesmo tempo, muito exposta, e dava aquele medinho… Eu pensava: Estamos alto para ((((((((piiii))))))) caramba! É muito lindo, vale a pena todo o sofrimento para poder ver isso tudo, maravilhoso. Subimos rapidamente e fomos em direção à escada. Rochel foi primeiro e passou a corda no ponto de segurança que ficava acima da escada. Finalmente chegamos e rapidamente fomos desmontando a minha mochila para poder tirar as bandeiras dos patrocinadores e tirar fotos. Foi uma correria! Tínhamos menos de 10 minutos de luz, o sol já tinha se posto e estava escurecendo. Tiramos as bandeiras e colocamos em cima de uma pedra e tiramos fotos, mas na correria não sabíamos como tinha ficado pois não tínhamos tempo para verificar se estava bom ou não.
Tiramos as fotos de todas as bandeiras juntas e depois tiramos individualmente de cada patrocinador e ainda deu tempo de fazer um filme lá em cima. A pressa era grande: ainda tínhamos que descer tudo e já estávamos sem água e isotônico – isso preocupava muito. Colocamos todas coisas na minha mochila e começamos a descer. Tínhamos que chegar ao primeiro ponto de rapel antes de anoitecer. Enquanto Rochel e Alberto preparavam a segurança para fazer o Rapel, eu e a Roberta ficamos admirando o visual. Era impressionante! Tínhamos uma visão da Serra os Órgãos, Pedra do Sino, Pedra do Açu, e todo aquele precipício aos nossos pés com uma linda revoada de passarinhos no fim da tarde. Chega de sonhar, era hora de acordar. Já estava escuro quando desci o primeiro rapel, uns 30 metros sem visão do que tinha embaixo. A adrenalina estava nas alturas, lembrei-me dos tempos que fazia exploração em cavernas. Descemos o primeiro rapel e o segundo era o mais complicado para o Alberto: ele ia primeiro e não tinha ninguém para ajudá-lo na segurança por baixo. Esse rapel caía no vazio e ele teria que parar de descer no local exato e se balançar para poder chegar ao platô. Lá foi o Alberto e ele estava tranquilo, porque ele sabia o que estava fazendo. É um escalador com muita experiência e já tinha feito várias vezes o Dedo de Deus. Chegou a minha hora, aquele friozinho na barriga tinha voltado e me pus a descer. Foi incrível! Desci rápido e no final o Alberto me puxou para o platô. Foi quanto eu dei um berro: Que rapel maravilhoso! Eram 20h30 e ainda tínhamos muita coisa pela frente Estávamos todos com muita sede e dividimos o resto do suco de goiaba que a Roberta tinha levado. Eu estava guardando o último isotônico que eu tinha para dividirmos somente quando chegássemos na trilha porque, se alguém tivesse algum problema com a desidratação, teria prioridade em tomar o precioso líquido. Nessa hora ficava pensando nas garrafas de água e isotônico que tinha dentro do carro. A minha costela estava doendo muito, eu tinha caído com o cotovelo na costela jogando tênis na terça-feira anterior e desde então eu estava à base de Tandrilax. Do último que tinha tomado já estava passando o efeito e eu não tinha mais, tinha trazido apenas dois. Toda vez que eu sentava para descansar a cinta da barrigueira da mochila, apertava a minha costela e doía muito, mas esta era apenas mais uma dor, não seria esse pequeno problema que iria atrapalhar.
Descemos vários pequenos trechos de rapel, um processo lento: o Alberto colocava a corda e o Rochel tirava e arrumava para eu poder carregar. O esquema era o seguinte: o Alberto colocava, descia, e o Rochel ia logo atrás com a outra corda; chegando no final do rapel, o Alberto descia para o próximo ponto e eu esperava o Rochel e Roberta recolherem a outra corda e levava para o Alberto. No processo de descida usamos duas das três cordas que tínhamos levado: enquanto uma era colocada a outra era recolhida. Deu certo e demos uma boa agilizada na descida. A Roberta ficava por último, pois ela tinha que me ajudar a colocar a corda no atesse e me ajudar a tirar a segurança. Mulher guerreira, muito forte, leva muito peso e não tinha nenhum medo de ficar sozinha naquela escuridão no meio da mata, mata esta em que tínhamos achado uma aranha caranguejeira gigante com que o Rochel ficou brincando e queria colocar nas mão. Eu mal conseguia ficar filmando. Toda vez que ela se mexia, eu dava um pulo para trás com a câmera. Quando o Rochel viu a filmagem, disse: ((((piii))) caramba, Agnaldo! Ficou tudo tremido. Não vai dar para aproveitar nada.
Houve uma hora em que já estávamos tendo alucinações. O Alberto gritou para gente: Pessoal, cuidado que tem uma cascavel aqui no meio da rocha! Perguntamos onde exatamente e ele respondeu: Aqui, no meio da rampa, depois de um arbusto. Alguns instantes depois perguntamos de novo onde e ele respondeu: Não se preocupem mais, a cascavel voou. Era um passarinho! Quando a lanterna iluminava, as cores lembravam uma cascavel enrolada. Demos muita risada, porque também estávamos muito felizes, tínhamos conseguido alcançar o objetivo. Um outro lance foi a Roberta puxando os dois lados da corda de uma vez só e ela reclamava: Caramba ((((((sem o PIIIII)))))))! Ela era educada. A corda enroscou! E o Rochel, olhando para ela, ficou pensando: O que que ela está fazendo? Ela tem que puxar de um lado só da corda, senão a corda não desce! Quando ele alertou a Roberta, ela parou e disse: Nossa Senhora, acho que já estou delirando! Mas estava tudo bem, era o efeito do cansaço. Chegamos ao último rapel, aquela rampa onde tinha o cabo de aço, um rapel de mais de 60 metros, pois tivemos que usar as três cordas para poder descer. Estava acabando o trecho de rapel, era a hora de se despedir das grande emoções, e que despedida: fazer um rapel tão grande à luz da Lua. A Lua já aparecia iluminando toda a região e proporcionando um visual incrível nas montanhas ao lado. Eram por volta de 23h30 quando terminamos o rapel e fui abrir o tão sonhado isotônico. Dividimos milimetricamente para os quatro e era hora da terrível trilha. Ela parecia que era pior, pois as pernas já estavam muito cansadas e os pequenos degraus na trilha pareciam abismos que tínhamos que superar. Peguei a minha mochila e a corda e começamos a descer. O meu ombro do lado do braço machucado estava doendo muito. Ele não tem musculatura, por falta de movimentação, e o peso da mochila estava forçando muito. Então eu descia mais rápido, parava, sentava e ficava esperando o resto do grupo. A mochila do Rochel estava muito pesada, pois ele estava levando a corda e muitos equipamentos móveis e costuras que usamos durante a escalada; e o Alberto estava com muitas câimbras. Como eu sempre digo, quem tem amigos tem pequenos problemas, pois eles ajudam a carregar os seu problemas. E que amigos que eu tenho! Eles ficaram um mês disponíveis para poder fazer esta escalada: o Rochel e a Roberta vieram de Belo Horizonte, e o Alberto, mesmo sem treinar, por motivos de trabalho, se manteve até o fim, não abandou o barco e ficou firme para poder me ajudar. Sou muito grato a todos eles.
Quando chegamos ao meio da trilha, eu falei que iria descer na frente para buscar o carro e me encontrava com eles na bica que ficava na beira da estrada. Comecei a descer mais rápido mas parecia que a trilha não tinha mais fim. Nesse trecho escutávamos claramente o barulho dos carros e caminhões que passavam na estrada, mas davam a impressão que estavam longe. Por mais que andássemos, o barulho dos carros não se alterava, parecia não ter fim. Eu queria chegar logo ao carro e tomar uns cinco litros de água. Por volta das 00h40 cheguei à estrada e ainda faltavam uns 600 metros até o carro. Comecei a andar pela a estrada e os faróis dos carros iam direto aos meus olhos. E, toda vez que passava um carro, eu tratava de direcionar minha lanterna para que eles me vissem. Passei pela bica e fui subindo até o carro. Parecia que não chegava nunca, os 15 minutos pareciam uma eternidade. A cada curva que passava eu pensava que tinha chegado, mas não, tinha mas uma curva. Eu pensava: Quem colocou tantas curvas neste caminho? Não tinha tantas assim.
Cheguei ao carro, tirei a mochila e coloquei no porta-malas, liguei o carro e fui para a bica. Como tinha andado uns quinze minutos a mais, achei que eles já deveriam estar chegando. Na bica, abri o porta-malas e peguei uma garrafa grande de água. Tomei mais da metade de uma vez só. Depois liguei a filmadora e comecei a falar um pouco. Eles chegaram por volta de 01h20. Graças a Deus, todos estavam bem. Bem casandos, é claro. Nós nos cumprimentamos e comemoramos muito com brindes de água e Isotônico. Entramos rapidamente no carro e fomos procurar um lugar para comer: estávamos morrendo de fome. Eu pessoalmente não comia desde as 18h00. Quando ficamos sem água, decidi não comer para não ter mais sede. Os restaurantes estavam todos fechados e só conseguimos achar um carrinho de lanche. Comemos e depois fomos para o hotel.
Depois de um bom banho fui dormir exatamente as 03h30 da manhã. Pensei: isso é para poucos! Poucos têm esta determinação, coragem, doação… Sim, doação, porque meus amigos doaram seu tempo para me ajudar nesta empreitada. E determinação, porque o que fizemos é muito cansativo, e perigoso. Muito obrigado, meus amigos!
Na manhã seguinte, depois de quatro horas de sono, eu acordei com dores por todo o corpo mas não conseguia mais dormir. Levantei-me, tomei um remédio e comecei a ver as filmagens. Fiquei emocionado. Realmente era impressionante a altura em que estávamos e, vendo as imagens, relembrei tudo que tinha passado. Para poder estar naquele momento, vendo as imagens, quantas horas de treinos, de planejamento, quantos dias de frustrações – quando tínhamos que desmarcar a data por motivos climáticos!. Emocionado também por me lembrar de quando fui vender o projeto para os patrocinadores, todos amigos meus, e eles me surpreenderam, ao dizer que acreditava muito no meu projeto e que com certeza iriam apoiá-lo. Vi quase todos os vídeos e às 09h00 acordei todos para irmos tomar café da manhã. Estávamos com muita fome, ficamos comendo e conversando sobre o dia anterior até as 11h00. Tínhamos muitas coisas para lembrar, e foi aquela alegria e brincadeiras uns com os outros. Ainda tínhamos que ir para o mirante tirar umas fotos do Dedo de Deus durante o dia, pois chegamos tarde da noite na sexta feira e não havíamos feito nenhuma imagem.
Do mirante ficamos visualizando por onde tínhamos passado. Era mesmo impressionante o tamanho da pedra!
Nós nos despedimos e tomamos rumo de casa: eu e o Alberto para Campinas; Rochel e Roberta para Belo Horizonte.
Muito obrigado aos meus amigos que tornaram possível esta conquista: o Coronel Cabral, Presidente do Círculo Militar, parceiro de tênis; o Mauro, do Hidrovolt, também parceiro de tênis; o Carlos Guardia, da Cortag, cliente da minha agência de turismo e parceiro de travessias pelas montanhas do Brasil; o Fernando, do Panela de Barro, cliente e amigo; o Gaspar, da Nico Paneteria, amigo e cunhado de dois amigos meus do tempo da faculdade.
Muito obrigado ao Waguinho e ao Albert, que fariam parte do grupo, mas que não puderam vir, por motivos de saúde.
Muito obrigado ao Alberto, Rochel e Roberta, que encararam essa comigo.
E muito obrigado a minha família, minha esposa Jennifer, minha filha Chiara, meu filho Luca, minhas irmãs Valeria e Eliane, minha mãe querida, Dona Dail, meu cunhado predileto, o Osmar, que sempre me deram muita força.
E também muito obrigado a todos os meus amigos que estavam na torcida.
Facebook: Agnaldo Quintela
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A reportagem ficou 10.
Um relato interessante de uma grande façanha