O Conceito de Luxo Magazine apresenta uma maravilhosa receita da Chef Betty Vásquez, além de um pouco da história para adoçar muito sua Páscoa.
Chocolate mexicano: História e receita
Alimento sagrado, o chocolate era tão essencial para a civilização maia, que só os deuses seriam capazes de guardar tamanho tesouro. Hoje, o prestígio continua pelas mãos de mestres chocolateiros e produtores comprometidos em manter alta a qualidade do fruto, dando continuidade à tradição mexicana para conquistar os paladares mais exigentes. Por meio de uma produção artesanal altamente sofisticada, preocupada com a preservação da biodiversidade, o chocolate garante o status gourmet para oferecer um mix de sabores surpreendentes.
Tudo começou cerca de 1.400 anos atrás, em 600 DC, na Península de Yucatán, na região sul do México. Mesmo cultivado há séculos, o cacau somente se tornou sagrado e base da estrutura cultural de uma civilização pelas mãos dos maias. O chocolate digno dos deuses, mais puro e de sabor sofisticado, foi protegido por Ixcacao (traduzido como Cacau Mulher), apresentada no mito da criação maia como deusa da terra, responsável por introduzir a agricultura em seu povo e assegurar que todos fossem alimentados, banindo a fome e garantindo toda a energia que precisavam para trabalhar e aproveitara vida.
Há também outra crença de que o cacau foi descoberto no exato momento em que o milho foi revelado ao povo maia, quando o deus K’awiil jogou um raio em uma montanha, dividindo-o em duas e revelando as duas plantas que cresciam dentro do solo.
Os mitos da criação maia falam ainda sobre a ascensão da classe dominante, com o início de uma era de dinastias e nobreza. Logo, as amêndoas se tornaram valiosíssimas e tinham peso de ouro. Um coelho era comprado com oito sementes e um escravo, com 100.
Hoje, não são mais os deuses os protetores do fruto de ouro, mas sim um grupo formado por 37 mil produtores dos estados de Tabasco, que possui a maior fatia da cultura (67%), seguido por Chiapas (32%), Oaxaca (1%) e Guerrero, que juntos chegaram à produção de 27.500 toneladas por ano, de acordo com a Fundación Cacao México.
RECEITA: CHEF MEXICANA BETTY VÁSQUEZ
A chef mexicana Betty Vásquez – destaque gastronômico da Riviera Nayarit e escritora de livros de culinária desde 1999: pastel de chocolate com molho de pimenta de árbol.
Pastel de chocolate com molho de pimenta de árbol
½ xícara de cacau em pó
1 colher de chá de baunilha
½ colher de chá de extrato de amêndoa
1 xícara de farinha
¼ de colher de chá de sal
¼ de colher de chá de bicarbonato
3 ovos inteiros
1 gema
4 claras em neve
2/3 de xícara de azeite de oliva
1/3 de xícara de chá de açúcar
¼ de colher de chá de pimenta de árbol em pó
Colocar todos os ingredientes secos em um recipiente (cacau, farinha, sal, bicarbonato, açúcar e pimenta) e misturá-los bem.
Adicionar lentamente os ingredientes líquidos, exceto as claras, até virar uma pasta homogênea.
Untar pequenas fôrmas e pré-aquecer o forno a 175ºC. Assar até que, ao espetar a massa com um palito de dente, o palito saia completamente seco.
Deixe esfriar.
Primeira Cobertura
100 gr de manteiga derretida
4 colheres de sopa de cacau
6 colheres de sopa de leite
1 colher de chá de baunilha
1 xícara de chá de açúcar
Adicionar lentamente a manteiga misturando aos outros ingredientes. Reservar.
Segunda Cobertura: Molho de pimenta
1 xícara de chá de leite
1 taça de nata
1 pitada de sal
1 colher de chá de pimenta de árbol
100 gr de chocolate em barra
1 colher de chá de mel
¼ de xícara de açúcar
4 gemas
1 colher de chá de baunilha
Ferver o leite junto com a nata, o sal e a pimenta. Com o leite ainda quente, jogue mel e as raspas ou pedaços do chocolate em barra, para que derreta. Quando formar uma mistura homogênea, adicionar o açúcar, as 4 gemas e a baunilha.
Montagem
Colocar a primeira cobertura sobre o pastel, esperar cinco minutos e colocar a segunda cobertura. Decorar o prato com pimenta, açúcar e um toque de verde de hierbabuena.
Por Luis Guilherme Zenga