Temperatura do vinho e seus diversos estilos
Camila H. Coletti
Assim como as nossas refeições, o vinho pede uma temperatura ideal, para que possamos usufruir de uma melhor experiência de sabores e prazer.
A questão é que os inúmeros estilos de vinhos, com uma variação de estruturas e elementos em sua composição, fazem com que escolher a temperatura do vinho perfeita, não seja assim tão simples.
Um dado interessante para quem se inicia na curiosidade sobre este universo é o grau de variações da percepção do vinho de acordo com a temperatura, um vinho reage muito às condições em que é servido. Isto é muito importante.
Muitos ainda não pararam para analisar, mas a cerveja faz a mesma coisa, experimente cerveja sem que esteja gelada, para a maioria será algo insuportável. A cerveja perderá o frescor, salientando certos sabores que normalmente não aparecem. O consumidor irá comparar usando a sua experiência e registro dos sabores da cerveja gelada, que não irá encontrar na cerveja à temperatura ambiente e o prazer irá embora.
No caso do vinho podemos entender o que acontece. O álcool presente nele, em temperaturas mais elevadas, ficará mais volátil e, portanto acabará por encobrir os aromas do vinho, assim como irá atrapalhar na percepção dos sabores. Quando antigamente se dizia, que o vinho tinto era bebida para ser apreciada na temperatura ambiente, na verdade, a referência era de países europeus, onde a temperatura ambiente média gira entre 10 e 18º e esta faixa é a ideal para vinhos tintos. Aqui no Brasil falar em temperatura ambiente exige atenção, afinal a temperatura atinge em diversas regiões, máximas que beiram os 40°.
Acredito que ninguém irá querer curtir um vinho ou uma cerveja, ao natural, à temperatura ambiente em um local destes. Certo?
Os estudos e a prática comprovaram temperaturas médias ideais para saborear um vinho. Com o tempo e a prática estas margens ficam intuitivas, a própria experiência irá provar isto.
Portanto não se preocupem comecem a usar a tabelinha de referência, que elaborei para os leitores das minhas dicas de vinhos, aqui no “Conceito de Luxo Magazine”.
Os brancos devem ser servidos em temperaturas mais baixas, eles são vinhos com destaque para a acidez e estão associados ao frescor, assim como os espumantes.
Os rosés ou rosados seguem em geral a temperatura dos brancos.
Os tintos tem a temperatura mais alta em função do nível de estrutura e podem ser classificados basicamente como vinhos ligeiros, médios ou encorpados.
Tabela de referência para a temperatura do vinho
Espumantes de 5° a 7°
Champagne 8°
Brancos de 8° a 12° ou até um pouco acima se for um vinho mais estruturado
Rosés de 8° a 10°
Tintos ligeiros (os mais simples para o dia a dia) de 10° a 12°
Tintos médios de 12° a 15°
Tintos encorpados (vinhos de guarda) de 16° a 18° (vinhos com mais estrutura)
Portos de 8° a 14° dependendo do estilo (o enólogo geralmente oferece esta informação, na ficha do vinho)
Vinhos finos doces em geral de 6° a 8°
DICA: se um vinho tinto tiver com o álcool muito aparente, baixe um pouco mais a temperatura. É uma forma de corrigir o excesso de álcool, ou álcool muito aparente, em vinhos mais simples ou vinhos que tem pouca estrutura.
Camila H. Coletti
Editora da Revista Eno Estilo, escritora especialista em vinhos, sommelière pela ABS-SP, avaliadora de vinhos e consultora em projetos na área.
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Camila H. Coletti
Editora na Revista Eno Estilo – Vinhos e Lifestyle
Colunista de vinhos – Mídia especializada em Vinhos
Consultora de projetos na área.
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